Richard Donner, mais uma vez em grande estilo com outro sucesso de bilheteria. Agora, em O Feitiço de Áquila, o diretor mistura romance, fantasia e aventura, para contar uma história medieval. Estão todos os elementos lá: a lidíssima donzela, o cavaleiro, o vilão feiticeiro e até um tipo de bobo da corte, todos brilhantemente costurados para narrar uma fábula diferente.
Ambientado na Europa do século XII, o filme mostra que o Bispo de Áquila (John Wood) foi até as ultimas conseqüências para privar sua amada Isabeau D’Anjou (Michelle Pfeiffer), de viver um romance com o cavaleiro errante Etienne Navarre (Rutger Hauer), ex capitão da guarda da cidade de Áquila. Possesso de ciúmes, o bispo faz um pacto com o demônio e lança uma maldição sobre o casal: de dia ela sempre será um falcão e de noite Navarre toma a forma de um lobo, sendo que desta forma fica o casal impedido de se encontrar como humanos, assim, estariam sempre juntos, mas eternamente separados.
Por alguns segundos, ao pôr do sol ou ao amanhecer, eles quase se encontram, em uma das cenas o diretor enfatiza a dor do casal, que por poucos segundos ficam próximos de estarem juntos, mas para e decepção provisória do público a transformação começa.
Matthew Broderick faz o ladrão Philippe Gaston, o único prisioneiro que escapou das muralhas de Áquila. O personagem é uma versão “tempos sombrios” do engenhoso Trapaceiro, que comete um adorável crime, rouba grande parte do filme com sua brilhante atuação nos contrapontos cômicos. Gaston, mais conhecido como Rato, é um eixo de ligação entre o público e o casal amaldiçoado, já que é através dos olhos dele que tomamos conhecimento da história de amor. Uma característica marcante de Gaston é a sua forma de conversar com Deus o tempo inteiro, dando origem a frases célebres como: “Senhor, na verdade, eu converso com Deus o tempo inteiro, e….não é por mal, mas ele nunca me falou a seu respeito”.
Outro que merece menção especial é Leo McKern, sua atuação é memorável como o desajeitado sacerdote Imperius, um frei gordinho, que adora beber.
Os destaques do filme ficam por conta do elenco que funciona de forma magistral, com o Rutger “Blade Runner” Hauer e Michelle Pfeiffer sempre muito à vontade em seus papeis. As cenas de luta são bem coreografadas e Donner consegue dar um ponto de vista inovador com sua câmera às batalhas de espada.
A fotografia de Vittorio Storaro é de encher os olhos, mostrando uma Idade Média com locais sujos e cheios de lama, mas também mesclando paisagens maravilhosas.
Um ponto negativo do filme, talvez seja sua trilha sonora eletrônica, onde Andrew Powell pontua de forma inovadora para esse tipo de produção, mas que não funciona de forma apropriada.
O Feitiço de Áquila é programa obrigatório para quem gosta de muita aventura, humor e histórias de amor.
Direção: Richard Donner.
Roteiro: Edward Khmara.Ano de lançamento: 1985.
Duração: 108 minutos.
Estreia na televisão brasileira: 27 de junho de 1988 (Rede Globo).
Cores.
Companhias Produtoras: 20th Century Fox e Warner Bros.
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