Muitos começam pelo DVD player. E tão logo esse equipamento chega aos lares, os usuários descobrem um novo universo a ser explorado a partir do próprio sofá da sala. E, aos poucos, o interesse em adquirir um TV maior ou até um projetor cresce consideravelmente. Afinal, todos querem aproveitar a máxima qualidade de vídeo do DVD numa tela grande.
O mesmo acontece com o áudio. Um conjunto completo de caixas acústicas ? com duas frontais, uma central, duas surround e um subwoofer para as baixas freqüências ? promove um grande aumento do envolvimento sonoro e torna os efeitos dos filmes muito mais interessantes. Portanto, se você está começando a notar o quanto as suas sessões de filmes e shows podem se tornar mais atraentes, é hora de planejar o seu próprio home theater. A seguir, reunimos oito tópicos importantes para quem deseja entrar para o fascinante mundo do cinema em casa.
1 - O ambiente
Definir o local que vai abrigar o sistema de áudio e de vídeo é o ponto inicial de qualquer projeto. Em geral, costuma-se adaptar um dos cômodos da casa, desde que apresente pelo menos 12m2, ou utilizar o living para essa finalidade. Independente do local, o importante é criar um espaço próprio para as sessões de filmes e shows. Dessa forma, será possível fazer todas as adaptações necessárias (quanto à iluminação, acústica e móveis) de acordo com os padrões técnicos, o que vai permitir um melhor rendimento do seu home theater. E lembre-se: planejar tudo com antecedência, durante a fase de acabamento do imóvel, é sempre a melhor alternativa. Isso porque quanto menos restrições forem impostas pelo espaço, maior será a liberdade para montar o sistema. Em salas vazias, é possível prever antecipadamente e com maior autonomia onde ficará o móvel com os equipamentos, além das caixas, do TV ou da tela de projeção. Porém, mesmo se a sala já estiver sendo usada, existem vários recursos criativos, que permitirão adaptá-la para receber o home theater sem a obrigatoriedade de ter de quebrar paredes ou conviver com todos os inconvenientes de uma reforma. Forros de gesso são, por excelência, uma das alternativas mais utilizadas por decoradores e instaladores para ocultar toda a fiação. Outra dica é optar por um móvel que vá até o teto, e sirva de esconderijo para as conexões. Certamente, com um pouco de criatividade, não será difícil adaptar o seu espaço.
2 - O projeto
Para o desenvolvimento do projeto, recomenda-se a consultoria de uma loja especializada em home theater. Munidas de show-room com vários equipamentos de diversos tipos, essas empresas conseguem satisfazer a curiosidade dos consumidores e são ideais para comparar o desempenho de caixas, TVs ou projetores e outros itens. Entregar o home theater nas mãos de uma empresa especializada dá segurança ao usuário e a certeza de um atendimento diferenciado da elaboração do projeto à assistência técnica pós-venda. Dessa forma, se algum aparelho apresentar defeito, ou mesmo se houver dificuldade no manuseio do sistema, os instaladores estarão prontos para atendê-lo via telefone ou até pessoalmente. E se for necessário adaptar o imóvel, os profissionais envolvidos ? arquiteto, decorador, projetista ? podem trabalhar de forma coordenada para trazer soluções harmoniosas do ponto de vista técnico e estético.
3 - A imagem
TV ou projetor? Essa é a principal dúvida que surge na hora de selecionar o equipamento responsável pelas imagens do home theater. Na prática, a escolha deve ser guiada por alguns aspectos, como o investimento disponível e as características do espaço. Quanto mais flexível o orçamento, maior diversidade de itens estará ao alcance do consumidor. Porém, é preciso considerar que ambientes compactos não comportam uma tela de 100?. Assim, nem tudo que se pode comprar é necessariamente adequado para o seu projeto. De uma maneira geral, o uso do projetor só é recomendado para áreas de, pelo menos, 20m2. Outros pontos a observar são os hábitos dos usuários e a praticidade que buscam. Quem deseja usar o sistema também durante o dia e busca facilidade de instalação e manuseio, por exemplo, deve partir para um televisor. Isso porque os projetores são mais sensíveis à presença da luz. Dos TVs convencionais (com tela até 38?) aos de retroprojeção (de 42? a 65?), passando pelos sofisticados displays de plasma (de 32? a 63?), o consumidor encontra inúmeros modelos no mercado (para conhecê-los, acesse a seção Guia de Compras). No passado, todos os televisores apresentavam telas convencionais (4:3). Mas, de uns dois anos para cá, muitos fabricantes passaram a investir nas telas widescreen (16:9). Sinônimo de futuro (já que este será o formato utilizado pela TV digital), as telas retangulares são ideais para quem deseja curtir a maioria dos filmes em DVD sem inconvenientes tarjas pretas. Essas ficarão restritas à programação das emissoras de TV aberta, que é gerada no formato 4:3. Se você não abre mão de uma tela grande e está disposto a tratar o ambiente ? sobretudo com relação à iluminação ? para obter o melhor rendimento do equipamento, pode escolher entre uma das três tecnologias de projetores: CRT (Cathode Ray Tube), DLP (Digital Light Processing) e LCD (Liquid Crystal Display). A mais indicada para home theater continua sendo a primeira, presente nos equipamentos de três tubos, que trazem alta resolução de imagem. Porém, só reproduzem imagens nítidas em ambientes bem escuros. Mais compactos e fáceis de instalar que os CRT, os modelos LCD e DLP também vencem na questão do preço (quase sempre menor ao dos aparelhos de três tubos) e quanto à flexibilidade de uso. Isso porque, graças a sua maior taxa de brilho, conseguem melhor rendimento em ambientes onde não é possível controlar totalmente a luminosidade. E uma última dica: independente da escolha por TV ou projetor, o tamanho da tela deve ser guiado pela distância que se pode ter entre ela e a platéia.
4 - O som
Levar a experiência do cinema para dentro de casa requer mais do que uma boa imagem. Só com a ajuda de um sistema de áudio à altura da tela escolhida, o usuário vai conseguir obter um bom envolvimento sonoro, valorizando os efeitos dos filmes. Opções é que não faltam. Quem busca soluções prontas, facilidade de instalação e de uso, design atraente e boa relação custo-benefício pode adquirir um dos vários kits de home theater-in-a-box à venda no mercado. Esses kits são compostos geralmente por uma central (que cumpre o papel de receiver), um DVD player e cinco pequenas caixas acústicas ? frontais, central e de surround ? mais um subwoofer. Só não espere alta potência e desempenho de áudio desses conjuntos, que foram projetados para pequenos ambientes ? de até 15m2. Quem busca mais recursos e potência pode montar um sistema com itens independentes. Nesse caso, todos os equipamentos e caixas acabam conectados a um receiver, que comanda as operações do home theater. Se o modelo selecionado liberar 100W de potência por canal, por exemplo, terá condições suficientes de preencher acusticamente uma sala de até 20m2. Quando se fala em caixas, a primeira dica é não comprá-las por catálogo. É preciso ouvi-las, de preferência junto com o receiver escolhido para alimentar o conjunto. Objetivo: manter a harmonia do sistema. Receivers que liberam muita potência, por exemplo, devem ser utilizados com caixas (e inclusive subwoofer) compatíveis, para não comprometer o funcionamento do home theater. Das pequenas satélites (de até 25cm de altura) às dos tipos bookshelf (de 25cm a 60cm) e torre (a partir de 60cm), as caixas acústicas ainda devem ser escolhidas de acordo com o tamanho do ambiente e as características que se deseja destacar. As primeiras são indicadas quando se quer privilegiar a estética de pequenos ambientes. Melhor resultado sonoro se atinge com as bookshelf ? cujas frontais podem ficar no móvel ou sobre pedestais, como as surround ? e com as caixas do tipo torre ? que devem ser instaladas no chão. Complete o sistema com um subwoofer. Como referência, considere um modelo de 150W de potência para uso com receivers de 100W. Mas as preferidas dos decoradores para manter a discrição na parte traseira da sala são as caixas de embutir. Porém, atenção: não se recomenda o seu uso para os canais frontais e central, o que acaba prejudicando o envolvimento sonoro e o realismo dos diálogos dos filmes.
5 - O móvel
Escolher uma peça adequada para abrigar os diversos itens de áudio e de vídeo pode fazer toda a diferença do seu sistema. Se o móvel não contar com nichos que permitem posicionar as caixas frontais e central na medida recomendada, por exemplo, o desempenho do áudio será prejudicado. E o que dizer de uma estante cuja estrutura não está preparada para receber os 100kg do seu TV de tela grande?
Para evitar esses inconvenientes, a boa notícia é que o mercado oferece uma imensa variedade de estantes prontas e racks. Partir para um móvel sob medida também é interessante quando não se quer perder espaço e há o desejo de personalizar o projeto. Seja qual for a sua escolha, só defina o modelo para a sua sala depois de observar número e as medidas dos equipamentos e as caixas que se deseja acomodar. Lembre-se também que deixar folgas de, pelo menos, 10cm nos nichos evita o superaquecimento da configuração, e a presença de fundo falso e rodízios facilita sensivelmente as conexões e a manutenção dos aparelhos.
6 - A decoração
Além de influenciar no conforto dos espectadores, a escolha dos diversos objetos de decoração e móveis ? como sofá, tapetes, cortinas e até mesmo a cor das paredes ? acaba refletindo no próprio desempenho do sistema. Em ambientes onde predominam materiais reflexivos, como vidro, mármore ou outro tipo de piso frio, é preciso driblar essa característica para equilibrar a acústica. A decoração pode, então, contribuir na redução do eco, através da utilização de tapetes, estofados e cortinas de tecido encorpado, que ajudam a abafar o áudio.
Escolher sofás confortáveis também faz parte das premissas de um ambiente que surgiu para proporcionar diversão. Na hora de escolhê-los, não deixe de observar o espaço disponível e o número de espectadores que você deseja acomodar. No que se refere à cor das paredes, as tonalidades mais recomendadas para sistemas com projetor são as escuras. Essas refletem menos a luz que o branco, não competindo com a luminosidade do projetor. Projeção e claridade não combinam. Portanto, a instalação de cortinas ou persianas encorpadas é muito bem-vinda para facilitar a vedação da luz externa no ambiente. E, em regiões mais quentes ou frias, é bom pensar na aquisição de um ar-condicionado.
7 - O posicionamento
De todos os itens, as caixas são as que merecem mais atenção quanto ao posicionamento. Isso porque são responsáveis por levar ao espectador todo o clima das cenas.
O esquema mais recomendado pelos instaladores é tentar traçar um triângulo imaginário na sua sala, cujos vértices seriam as caixas frontais direita e esquerda ? que devem ficar próximas à tela em posições simétricas e a cerca de um metro do chão ? e o ouvinte. As frontais ainda precisam estar alinhadas entre si e a central, que deve ficar centralizada logo acima ou abaixo da tela. Em sistemas com projetor, uma boa dica é o uso de telas transparentes, que admitem o posicionamento da caixa central atrás delas sem prejuízo dos diálogos. Se isso não for possível, procure o melhor alinhamento entre as três caixas a fim de preservar o equilíbrio sonoro. De qualquer forma, evite posicionar as caixas frontais muito próximas às parede laterais, medida que acaba reduzindo a sensação de impacto. E se forem instaladas no interior de um móvel, procure deixar área livre ao redor para que o som se propague adequadamente.
Para as caixas traseiras, responsáveis pelos efeitos de surround, as regras são mais flexíveis, mas não devem ser ignoradas. Uma das recomendações é não deixá-las muito próximas dos ouvidos dos espectadores, característica que compromete a sensação de envolvimento. Assim, salas muito pequenas, nas quais o sofá tem de ficar encostado na parede traseira, pedem modelos de embutir ou compactos para instalar em suportes na parede. Outra alternativa é usar caixas suirround dipolares, que devem ser posicionadas nas paredes laterais do ambiente. Para o seu melhor rendimento, as caixas traseiras devem ser instaladas a cerca de 1m acima da cabeça dos espectadores.
E o subwoofer? Essa é a caixa que permite maior autonomia quanto ao posicionamento. Motivo: as baixas freqüências, presentes em cenas de impacto dos filmes, propagam-se em todas as direções e se reproduzem melhor quando vêm do chão. Para quem deseja colocar o subwoofer no móvel, é necessário reforçar o nicho que irá abrigá-lo. Caso contrário, corre-se o risco das vibrações produzidas por essa caixa produzirem ruídos desagradáveis, que podem competir com o som original da tela.
8 - Os ajustes
Trata-se de uma das últimas etapas antes de iniciar a sessão. Nos equipamentos atuais, os ajustes são bem simplificados: basta seguir as instruções dos menus.
O receiver concentra o maior número de ajustes, dos quais grande parte refere-se às caixas acústicas. Normalmente ajustado de fábrica no nível ?0dB? para todas as caixas, os receivers ainda permitem que se acentue uma ou outra caixa, dependendo do gosto do usuário e do tamanho de cada ambiente. Porém, cuidado com os exageros, que podem criar uma situação artificial e comprometer a uniformidade do sistema. O ajuste relacionado ao tipo de caixa também é um dos mais importantes. Se suas caixas são compactas e você tem subwoofer, vá ao menu do receiver e selecione o modo SMALL. Para caixas grandes, ou sistemas sem sub, selecione o modo LARGE.
Para finalizar, ajuste o subwoofer, selecionando a faixa de freqüências na qual irá atuar ? normalmente, entre 20 e 150Hz. Nessa faixa, há sempre a ?freqüência de corte? (ou crossover) ? de 80Hz, em geral. Dessa forma, todos os sons abaixo dessa freqüência serão reproduzidos pelo sub. Para garantir uma reprodução equilibrada do conjunto, o valor do crossover deve ser selecionado tanto no menu do receiver como no painel traseiro do subwoofer.
Fonte: Redação Home Theater
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